Após comandar o golpe no Brasil - com várias trapaças
regimentais e as cenas patéticas da aprovação do impeachment de Dilma
transmitidas ao vivo -, o correntista suíço Eduardo Cunha parece que está sendo
descartado como bagaço pela direita nativa.
Por Altamiro Borges
No Blog do Miro
Nesta quinta-feira (5), o ministro Teori Zavascki, relator
da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, concedeu liminar cassando
seu mandato e, como consequência, afastando-o da presidência da Câmara dos
Deputados. A medida ainda será analisada pelo pleno do STF e o lobista, famoso
por suas práticas agressivas, já anunciou que resistirá à decisão. O Judas
Michel Temer, seu aliado na conspiração, que se cuide com o ventilador no
esgoto.
“Defiro a medida requerida, determinando a suspensão de
Eduardo Cosentino da Cunha, do exercício do mandato de deputado e, por
consequência, da função de presidente da Câmara dos Deputados”, diz um trecho
da sentença de Teori Zavascki, que foi entregue na residência do lobista no início
da manhã desta quinta-feira. O ministro do STF concedeu a liminar em ação
pedida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que qualificou
Eduardo Cunha como "delinquente" e listou 11 situações que
comprovariam o uso do seu cargo para "constranger e intimidar
parlamentares, réus, advogados e agentes públicos com o objetivo de embargar e
retardar as investigações" da Lava-Jato.
Vale conferir a lista dos seus crimes, que só agora - após
ele ter feito o trabalho sujo - motivaram o pedido do seu afastamento:
1. Requerimentos feitos por aliados de Eduardo Cunha, como a
ex-deputada Solange Almeida, para pressionar pagamento de propina da Mitsui;
2. Requerimentos e convocações feitos na Câmara a fim de
pressionar donos do grupo Schahin;
3. Convocação da advogada Beatriz Catta Preta à CPI da
Petrobras para “intimidar quem ousou contrariar seus interesses”;
4. Contratação da empresa de espionagem Kroll pela CPI da
Petrobras, “empresa de investigação financeira com atuação controvertida no
Brasil”;
5. Utilização da CPI da Petrobras para pressão sobre Grupo
Schahin e convocação de parentes do doleiro Alberto Youssef;
6. Abuso de poder, com a finalidade de afastar a aplicação
da lei, para impedir que um colaborador corrija ou acrescente informações em depoimentos
já prestados;
7. Retaliação aos que contrariam seus interesses, caso da
demissão do ex-diretor de informática da Câmara que revelou a autoria de
requerimentos feitos por aliados de Cunha;
8. Recebimento de vantagens indevidas para aprovar medida
provisória de interesse do banco BTG, de André Esteves;
9. “Manobras espúrias” para evitar investigação no Conselho
de Ética Câmara, com obstrução da pauta com intuito de se beneficiar;
10. Ameaças ao deputado Fausto Pinato (PRB-SP), ex-relator
do seu processo de cassação;
11. Novas ameaças e oferta de propina ao ex-relator Pinato.
Em entrevista, Teori Zavascki explicou que o pedido de
afastamento do lobista objetiva neutralizar os riscos apontados por Rodrigo
Janot contra o andamento do processo. Eduardo Cunha virou réu no STF, por
unanimidade, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro sob a acusação de
integrar o esquema de corrupção da Petrobras, tendo recebido US$ 5 milhões em
propina nos contratos de navios-sonda da estatal. Na Lava-Jato, o lobista é
alvo de outra denúncia, de mais três inquéritos e de outros três pedidos de
inquéritos que ainda aguardam aprovação. Estas investigações apuram o
recebimento de propina da Petrobras e o uso do mandato para supostas práticas
criminosas.
Diante da liminar do ministro relator da Lava-Jato, o
governo já analisa a possibilidade de solicitar a anulação de todos os atos do
presidente da Câmara Federal - inclusive da aprovação do impeachment de Dilma.
Afinal, o "delinquente" liderou o "golpe dos corruptos". Já
Michel Temer, o Judas, perde o seu principal aliado na conspiração. Cabe
aguardar qual será a reação do correntista suíço - se ele, de fato, vai ligar o
ventilador do esgoto ou vai preferir um acordo para escapar da cassação
definitiva e até da prisão - inclusive da sua mulher e filha. Paulinho da Força
(SD), chefe da tropa de choque do bandido, já sacou a arma. "Não sei se o
STF mantém essa decisão, é uma interferência na Câmara, uma intervenção”,
rosnou. Vai sobrar tiro para todos os lados. Haja adrenalina!
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