A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (16) que querer usar
a crise econômica que o país atravessa como instrumento para chegar ao poder é
“uma versão moderna do golpe”. Segundo Dilma, vários países passaram por crises
nos últimos anos e, em nenhum, a “ruptura democrática” foi proposta como
solução.
“Em todos esses países que passaram por dificuldades, você
não viu nenhum país propondo a ruptura democrática como forma de saída da
crise. Esse método que é querer utilizar a crise como um mecanismo para chegar
ao poder é uma versão moderna do golpe”, comparou Dilma, em entrevista para a
rádio Comercial AM, de Presidente Prudente, antes de viajar para um compromisso
na cidade do interior paulista.
Dilma disse que há pessoas “que não se conformam” com o fato
de o Brasil ser uma democracia sólida, baseada na legitimidade do voto popular.
“Essas pessoas geralmente torcem para o "quanto pior, melhor, e aí é em
todas as áreas, quanto pior, melhor na economia, quanto pior, melhor na área
politica; todas elas esperando uma oportunidade para pescar em águas turvas”,
disse.
A presidenta destacou que o Brasil “tem uma solidez
institucional” e voltou a pedir união das forças políticas para fazer o país
voltar a crescer. “O que temos de fazer é o seguinte, nos unirmos, todos juntos
o mais rapidamente, independente das nossas posições e interesses pessoais ou
partidários, e tomarmos o partido do Brasil, o partido que leva à mudança da
nossa situação. Por isso, é fundamental muita calma nesta hora, muita
tranquilidade e a certeza que eu posso garantir: o governo trabalha
diuturnamente, incansavelmente para garantir a estabilidade econômica e
política do país.”
Standard&Poor's
Na entrevista, Dilma comentou o rebaixamento da nota de
crédito do Brasil pela agência de classificação de riscos Standard&Poor's,
mas disse que a economia brasileira não tem problemas de crédito internacional
nem dificuldades para atrair investimento estrangeiros.
“Estamos tomando todas as medidas para nós, não por causa da
nota, estamos honrando compromissos e contratos. Não temos problemas de crédito
internacional tampouco problema para atrair investimentos para o Brasil, aliás
somos um dos países em que mais há entrada de capital para isso”, ressaltou.
Dilma citou países que também tiveram a nota de crédito
rebaixada na última década, como os Estados Unidos, a Espanha, França e Itália,
e disse que, assim como eles, a economia brasileira vai se recuperar. Para
isso, segundo ela, o governo aposta em medidas de controle da inflação, de
reequilíbrio do Orçamento e de estímulo ao investimento. “Todos os países foram
muito maiores que suas notas e o Brasil é maior que sua nota também. Todos
voltaram a crescer e assim vai ser com o Brasil vai também.”
Minha Casa, Minha Vida
Em Presidente Prudente, Dilma vai participar da entrega de
2.343 unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida.
Simultaneamente à cerimônia com Dilma, serão entregues 256 moradias no
município de Cotia, também no interior paulista.
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