Por Davis Sena Filho
No Palavra Livre
No Palavra Livre
Eu fico espantado com a leviandade e a irresponsabilidade da
oposição de direita no Brasil, liderada na esfera política pelo PSDB e seus
aliados, DEM e PPS, bem como em âmbito empresarial pelos magnatas bilionários
de imprensa e seus empregados de confiança, que há anos se transformaram apenas
em replicadores do pensamento patronal, ou seja, jamais pensar o Brasil, mas,
acima de qualquer coisa, pensar em seus patrimônios, bolsos e contas bancárias.
No Brasil se tornou lugar comum ficar inconformado com a
vitória eleitoral de Dilma Rousseff, do PT, à Presidência da República. E por
causa disto, a extrema direita e a direita conspiram diuturnamente para
derrubar a mandatária e, por sua vez, movimentam-se em mil estrepolias de
caracteres golpistas para efetivar um modo operante, no sentido de fazer com
que Dilma seja impedida de terminar seu mandato conquistado legalmente nas
urnas.
A direita herdeira da escravidão é tão sórdida e reacionária
às mudanças acontecidas no Brasil nos últimos 13 anos, que mal cabem em seu balaio
de patifarias e cafajestadas as investidas para dar cabo a uma presidente que
não cometeu quaisquer crimes. Pelo contrário, se tem alguém que mais combateu a
corrupção esta pessoa é exatamente Dilma Rousseff, por intermédio da Polícia
Federal, corporação subordinada ao Ministério da Justiça, que oficialmente
responde diretamente à Presidência da República e não ao PSDB, à Globo, à Veja
ou à Folha.
O golpismo histérico, ao tempo que perigosamente manipulado
por uma oposição partidária apoiada por setores conservadores do Estado, a
exemplo de juízes, de promotores e de policiais federais, que, irresponsáveis e
oportunistas, tentam colocar em xeque as instituições republicanas, cujo o
propósito é efetivar uma instabilidade político-institucional, que favoreça a
criação de um clima de ameaças, intimidações, calúnias, difamações e
violências, ou seja, a essência do golpe, como já ocorreu no Brasil em 1964,
1961, 1955, 1954, 1945, 1938 e 1932, quando a direita partiu para cima da ordem
constitucional e demonstrou, inequivocadamente, que o é selvagem.
Trata-se do "Consórcio do Golpe", representante
autêntico e natural da casa grande, da burguesia nacional e da plutocracia, em
âmbito mundial. Tal consórcio tenta, sobretudo, inviabilizar o Governo Dilma,
desconstruir a imagem de Lula, criminalizar o PT, judicializar a política e,
principalmente, fazer com que o País esqueça que nos governos petistas
aconteceram avanços na economia, com inclusão social. Exatamente isto: a casa
grande e seu sistema midiático replicador de seus interesses e pensamentos
quer, mais do que tudo, que o povo esqueça que sua vida melhorou, como nunca
antes aconteceu neste País.
E como realizar este processo draconiano? Por intermédio de
uma propaganda sistemática, diuturna e sem trégua pelos meios de comunicação
privados e associados ao grande empresariado nacional e internacional, bem como
subalterno aos governos dos países dominantes, a exemplo dos Estados Unidos e
de menos de meia dúzia de países da Europa Ocidental.
Percebe-se, contudo, uma certa delinquência no ar,
perpetrada por políticos histriônicos, alguns de condutas e propósitos
nitidamente fascistas, que facilitam a criação de uma atmosfera política
poluída por embates e acusações de toda monta, no que diz respeito a não permitir
a efetivação de diálogos, que teriam por objetivo estancar uma crise política
criada pelos perdedores das eleições presidenciais de 2014.
Não é possível as instituições republicanas serem tão
permissíveis ao ponto de a direita brasileira, uma das mais sectárias e
perversas do mundo, passe a criar crises a seu bel-prazer, a se aproveitar de
factoides criados pela imprensa de negócios privados, a partir de vazamentos de
inquéritos, delações, acordos e investigações realizados por juízes, inclusive
os de primeira instância, promotores e delegados da Polícia Federal e
sacramentados por delatores, muitos deles, também, velhos conhecidos de tucanos,
a exemplo de Fernando Baiano, Marcos Valério e Alberto Yousseff, dentre muitos
outros, que esperam diminuir suas penas e, pressionados, se deixam levar pela
ansiedade e angústia de sair o quanto antes da cadeia.
Delações de pessoas que foram presas sem suas culpabilidades
comprovadas, mas trancafiadas mais tempo do que o estipulado por lei, como
forma de pressão para abrir a boca e delatar qualquer um, muita vezes conforme
os interesses de policiais, promotores e juízes que estão, inadvertidamente, a
fazer política, a intervir no processo democrático e a combater, como
servidores públicos e de dentro do Estado nacional, o governo trabalhista de
Dilma Rousseff.
Realmente, tal estratégia oposicionista se tornou uma forma
efetiva de cooperar com a oposição de direita liderada pelos tucanos do PSDB,
que no Brasil são inimputáveis, bem como a maioria da povo brasileiro, mesmo a
perceber a tamanha desfaçatez e ignomínia, é tratada como idiota por essas
pessoas com cargos e funções de poder e mando. Ponto.
Além dos mais, tais servidores acusados de corrupção, como
ocorreu na Petrobras, foram aprovados em concursos no fim da década de 1980 e
início dos anos 1990, o que, sobremaneira, põe por terra a crença de que a
corrupção na maior estatal brasileira começou nos governos trabalhistas de Lula
e Dilma. Pura balela e mentira da imprensa familiar e da oposição tucana.
Quem assinou decretos draconianos, mudou regras e normas da
Petrobras, a sucateou, paralisou seus investimentos, afundou a maior plataforma
do mundo, a P-36, privatizou subsidiárias, quebrou o monopólio do Estado
nacional e negociou ações na bolsa de Nova Iorque foi o Neoliberal I, também
conhecido como o Príncipe da Privataria ou simplesmente Fernando Henrique
Cardoso, aquele presidente tucano e sociólogo que não entende nada de povo, que
vendeu 125 empresas públicas e mesmo assim foi ao FMI três vezes, de joelhos,
sem sapatos, de olhos baixos, humilhado e com o pires nas mãos, porque quebrou
o Brasil três vezes. E ainda tem coxinha paneleiro de barriga cheia, analfabeto
político e desconhecedor da história que considera o FHC um gênio. Durma-se com
um barulho desses...
O fato é que o Brasil está a ser vítima do Consórcio do
Golpe, que tem a ousadia de tentar em todas as esferas possíveis desmoralizar o
Governo Trabalhista e impedir que ele trabalhe em prol do desenvolvimento do
País e de todos os brasileiros, principalmente os mais pobres — os que podem
menos. O Brasil caiu em uma armadilha e não consegue sair dela, por enquanto.
Porém, vai sair, porque governo é governo, e este fato é inexorável.
A agenda da direita e da hora é a Lava Jato, como o foi o
"mensalão" do PT, que até hoje, juridicamente e legalmente, não foi
comprovado. Este caso dá a impressão que está a se perpetuar. Contudo, como já
ensinava o provérbio popular: "Não há bem que sempre dure, nem mal que
nunca acabe". Nota-se que a direita está eufórica e histérica. A verdade
que os conservadores e os fascistas estão fora de controle e, com efeito,
passaram a atacar violentamente todos aqueles que não conjugam com suas
sandices ideológicas extremadas e sem pé nem cabeça.
Ataques encolerizados nas ruas e na internet. Ocasiões que
se tornam ordinárias, pois agora comuns, constantes e diárias. Verdadeiros
absurdos, porque vivemos em uma democracia, que se alicerça no Estado de
Direito, conforme reza a Constituição de 1988. A verdade sempre se baseia na
realidade, E hoje a realidade da casa grande de caráter escravocrata deste País
é derrubar a presidenta Dilma Rousseff, da maneira que puder e tiver de ser.
Não importa.
O problema dessa gente de ideologia e sentimento pátrio
pequeno e miúdo é que para toda ação há uma reação. Ou os brucutus, os homens
de neandertal estão a pensar que vão derrubar um governo trabalhista eleito
legalmente, sem que tal poder reaja para se defender? Será que o Consórcio do
Golpe pensa que o Governo Dilma está isolado, sozinho, sem eira nem beira? Ledo
engano.
O Governo Trabalhista está na defensiva. Até mesmo sem ação,
mas não é covarde e não aceitaria jamais ser derrubado, porque Dilma Rousseff
obteve do povo 54,5 milhões de votos, o PT é ainda um partido grande e
influente, além de sindicatos, entidades estudantis, OAB, ONGs, movimentos de
trabalhadores, como os sem teto e sem terra, bem como parte influente da classe
média, da Igreja Católica, partidos políticos, setores do Judiciário e do
Ministério Público não aceitariam um golpe contra uma mandatária que não
cometeu crimes.
Seria uma vergonha, porque o Brasil, definitivamente e
apesar do complexo de vira-lata dessa "elite" daninha, subserviente e
subalterna aos estrangeiros, não é uma República de Bananas e muito menos o
quintal de uma burguesia totalmente divorciada dos interesses do Brasil, pois
antinacionalista, além de corrupta, patrimonialista e golpista. O fato é que o
Consórcio do Golpe tem de pagar para ver e verificar se os militares da ativa
estão também a fim de uma nova aventura, como a de 1964, que acabou muito mal,
porque desmoralizada e odiada.
A verdade é a seguinte: não vai haver golpe de brucutu de
direita com o apoio despolitizado e reacionário de coxinhas paneleiros de
classe média, que ainda, e ridiculamente, reverberam a Guerra Fria e acreditam
que comunistas comem criancinhas e vão implantar o socialismo científico no
Brasil — na razão da União Soviética. O leitor pensa que é exagero? Se pensa,
não se engane. Verifique na internet as sandices, as neuroses e as violências
ideológicas, preconceituosas e verbais dessas pessoas. Benito Mussolini ficaria
constrangido. O Brasil é muito maior do que pensa essa gente de cabeça
colonizada. Infinitamente maior do que o Consórcio do Golpe. É isso aí.
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