"O Brasil vive um momento de
turbulência política, como só visto em períodos históricos que abalaram o país,
a exemplo o que precedeu o suicídio de Getúlio Vargas, ou aquele que antecipou a
queda do presidente João Goulart, instaurando-se o golpe militar de 1964. A escolha pode
variar conforme gosto do leitor."
Texto de *Carlos Adão Oliveira
Texto de *Carlos Adão Oliveira
Assistimos no último dia 13 de março,
uma classe média raivosa, incitada por uma mídia corporativista, e um juiz,
propagador da “ética e da moral” contra a corrupção, como se essa mesma
corrupção em um passe de mágica tivesse surgido agora do nada, quando sabemos
que ela é própria de um sistema onde o homem explora outro homem, ela parte
desse sistema. Não existe capitalismo sem corrupção.
Esse grupo então sai as ruas clamando contra a
corrupção, e por um salvador da pátria, um novo herói nacional, na eminencia de
alguém para moralizar esse país. Se tinham a pouco tempo atrás o candidato escolhido
a herói o então ministro do STF, Joaquim Barbosa, que nas ultimas manifestações
caiu no esquecimento, agora tem o juiz da chamada “Republica do Paraná”, Sérgio
Moro, fato esse que ficou evidente na última passeata organizada por grupos pró
impeachment ao governo Dilma.
Outro fato que chamou atenção nessa
manifestação, foi o repudio aos políticos da chamada direita brasileira, os
velhos políticos de carreira como o senador Aécio neves e o governador de São
Paulo Geraldo Alckmin. Esse episódio, demonstra uma característica importante
que não pode passar desapercebido: vivemos uma falência do sistema político
brasileiro, do modelo que surge no final da ditadura militar, além de
presenciarmos a tudo isso, uma falência das instituições nacionais, como o
judiciário, o educacional etc. Uma reforma política séria, se é que possível
tem que ser posta urgente repensada no quadro atual.
Quando presidente Lula chega ao poder, fazendo
uma conciliação com os velhos políticos de carreira e com sua política
econômica de manter o lucros dos capitalistas, era previsível que num momento
de grande crise, e com a queda do lucro do grande capital, o preço a pagar seria
alto. O governo ao manter o pagamento da dívida pública do país, que nada mais
é do que manter o lucro dos grandes capitalistas, agora avança sobre os
direitos dos trabalhadores, (reforma tributária, reforma da previdência, leis ante
terror, etc.) propostas que vão na contramão da essência de um partido que foi
fundado nas grandes greves dos trabalhadores do ABC.
Apesar dos erros do PT, destituir uma presidenta democraticamente eleita,
antes do final de seu mandato, representa uma tragédia sem precedentes ao pais,
pois o poder será entregue a velhos políticos sem moral para destituir quem
quer que seja, como Temer, Cunha, Aécio e bolsonaros da vida, os quais já fazem
planos para suas bases no governo caso Dilma caia. Esses que pedem o
impedimento da presidente, chegando ao poder irão apenas acelerar o processo de
avanço sobre os direitos dos trabalhadores para beneficiar o lucro dos
capitalistas.
Existe um confronto muito além de um golpe que
mídia não mostra. O que está em jogo é a luta entre o capital nacional, agora
em baixa, e o capital estrangeiro, o caso da exploração DO PRÉ SAL por empresas
petrolíferas americanas fica evidente nesse sentido. Colocar no governo Uma
direita com uma política neoliberal, representará a privatização do que resta
das empresas estatais para as grandes corporações internacionais. Vale lembrar
o caso da Vale do Rio Doce.
A crise não é nacional, desde de
2008 ela se expande por todo o mundo, Inglaterra, França, Alemanha, já sentem ha
tempos o peso da crise, nos Estados Unidos não é diferente, a China, considerada
a grande fábrica do mundo, está com sua economia em recessão, atingindo assim
em cheio os países ditos periféricos como o Brasil, dependente das exportações
de matérias primas.
Com a crise posta, há um avanço de partidos,
ou grupos de extrema direita pelo mundo, na Alemanha, coração central da
economia europeia, a presença desses partidos é fato, o ódio contra imigrantes
está acirrado por grupos extremistas, a Inglaterra e a França não são diferentes.
O avanço de uma extrema direita aparece,
também pela América do Sul, contra governos eleitos democraticamente, caso da
Bolívia, da Venezuela e do próprio Brasil. Um extremismo de ódio de classe
representa, nada mais do que retrocesso social.
*Carlos Adão Oliveira é acadêmico do 4° Ano do curso de História na UNESPAR - Universidade Estadual do Paraná - Campus de Paranavaí/Pr.
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