"Coletivo fará primeiro ato público na quarta-feira (30).
Objetivo é atuar no Congresso para garantir a legalidade democrática nos
trâmites do processo de impeachment."
Por Hylda Cavalcanti
Brasília – Integrantes de diversos movimentos sociais vão
lançar segunda-feira (28), às 16h, na Câmara dos Deputados, o Comitê
Pró-Democracia no Parlamento Brasileiro, em busca de apoio da sociedade civil
para as sessões da comissão especial que aprecia o pedido de impeachment da
presidenta Dilma Rousseff.
A configuração e as diretrizes do coletivo foram firmadas
ontem (23), em encontro na Câmara. Segundo os organizadores, o objetivo é "assegurar o respeito à
legalidade democrática e lutar contra possíveis arbitrariedades que possam ser
cometidas ao longo do processo, que coloque em risco o Estado democrático de
direito".
"Não tem outra forma de chamar o que está acontecendo,
da forma como está acontecendo, se não de golpe. Vamos para as ruas nos
manifestar de forma pacífica e acompanhar os trabalhos da comissão do
impeachment por meio de uma boa mobilização", afirmou o coordenador do
coletivo Fora do Eixo, Pablo Capilé.
"A iniciativa é importante neste processo que estamos
vivendo e mostra o apoio da população à legalidade do país", disse o
deputado João Daniel (PT-SE), lembrando o manifesto divulgado esta semana por
100 entidades de movimentos sociais diversos e coletivos ligados às periferias
de cidades de todo o país, contra o golpe e em defesa da democracia. Ele
destacou que a criação do comitê é mais uma etapa desta luta.
"Assinaram o manifesto diversas entidades da juventude,
dos terreiros, das pastorais contra qualquer tipo de golpe para derrubar o
atual governo federal, golpe promovido por políticos conservadores, por
empresários sem compromisso com o povo e por uma mídia manipuladora. As
entidades pedem que o povo brasileiro permaneça atento, firme e forte nesta
luta em defesa da democracia e contra o golpe", destacou o deputado.
A proposta do comitê, que está aberto à adesão de todas as
organizações que queiram se somar a essa luta, é reforçar as mobilizações que
estão acontecendo nas ruas, nos mais diferentes espaços e regiões do país em
defesa da democracia.
Segundo os organizadores, após o lançamento oficial do
comitê, serão organizadas vigílias, outros atos públicos e mobilizações junto
aos deputados que integram a comissão especial do impeachment.
"Ao comitê preocupa garantir a participação da
sociedade nas atividades realizadas dentro do parlamento, considerando que
este, assim como as ruas, é um espaço legítimo para que a população exerça
pressão sobre os parlamentares. Neste sentido, o Comitê dará ampla divulgação
às atividades, a fim de evitar que episódios recentes se repitam, como a
proibição da entrada da sociedade nesta que é chamada a Casa do Povo",
destaca o documento elaborado pelos coordenadores.
Em paralelo aos trabalhos dos movimentos sociais, a deputada
Luciana Santos (PCdoB-PE) também está recolhendo assinaturas de deputados e
senadores no Congresso Nacional para lançar até quarta-feira (30), uma nova
frente parlamentar: a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Democracia.
Principais entidades
Entre as entidades e coletivos que participaram da criação
do comitê estão Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Comissão de
Justiça e Paz (DF), União Nacional dos Estudantes (UNE), Barão de Itararé (DF),
Intervozes, Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Fora do
Eixo, Articulação Justiça e Direitos Humanos (JusDH), Conselho Nacional de
Igrejas Cristãs (Conic), União da Juventude Socialista (UJS), Centro Brasileiro
de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e Mídia Ninja; além de
representantes do Psol, PT, PCdoB) e PCO.
Via - Rede Brasil Atual
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