Marco Aurélio Mello é ministro do STF |
“Acertada a premissa, ela tem toda razão. Se não houver fato
jurídico que respalde o processo de impedimento, esse processo não se enquadra
em figurino legal e transparece como golpe”, disse Marco Aurélio.
A Globo e demais veículos tentam manipular as declarações de
outros ministros para convencer a sociedade de que não se trata de um golpe
contra a democracia, mas sim de um processo legítimo, já que está previsto na
Constituição.
O ministro também declarou que o afastamento não é solução
para a crise. “É uma esperança vã (que o impeachment resolva a crise).
Impossível de frutificar. Nós não teremos a solução e o afastamento das mazelas
do Brasil apeando a presidenta da República. O que nós precisamos, na verdade,
nessa hora, é de entendimento, é de compreensão, é de visão nacional”,
asseverou.
Marco Aurélio disse também que o momento é de cautela,
enfatizando que a situação atual do país é diferente de 1992, quando Fernando
Collor de Mello sofreu impeachment.
“Precisamos aguardar o funcionamento das instituições. Precisamos,
nessa hora, de temperança. Precisamos guardar princípios e valores e precisamos
ter uma visão prognóstica. Após o impedimento, o Brasil estará melhor? O que
nós teremos após o impedimento? A situação é diversa de 1992, porque temos dois
segmentos que se mostram, a essa altura, antagônicos, e não queremos conflitos
sociais. Queremos a paz social”, afirmou.
Sobre a possibilidade do governo apresentar recurso ao STF
caso se escolha o caminho do golpe, Marco Aurélio disse que terá respaldo legal
para tal recurso.
“Pode (recorrer). O Judiciário é a última trincheira da
cidadania. E pode ter um questionamento para demonstrar que não há fato
jurídico, muito embora haja fato político, suficiente ao impedimento. E não
interessa de início ao Brasil apear esse ou aquele chefe do Executivo nacional
ou estadual. Porque, a meu ver, isso gera até mesmo muita insegurança. O ideal
seria o entendimento entre os dois poderes, como preconizado pela Constituição
Federal para combater-se a crise que afeta o trabalhador, a mesa do
trabalhador, que é a crise econômico-financeira. Por que não se sentam à mesa
para discutir as medidas indispensáveis nesse momento? Por que insistem em
inviabilizar a governança pátria? Nós não sabemos”, enfatizou.
Via – Portal Vermelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário