Secunderistas saíram da estação Butantã, na zona oeste
paulistana, e passaram por colégios que foram ocupados pelo movimento no ano
passado.
Da Agência Brasil
Estudantes secundaristas fizeram nesta terça-feira (22) um
protesto contra o fechamento de salas de aula e os desvios de recursos
destinados à merenda das escolas estaduais de São Paulo. Eles saíram da Estação
Butantã do Metrô, zona oeste paulistana, e passaram por colégios da região de
Pinheiros, que foram ocupados no ano passado. Os manifestantes chegaram a
interromper por alguns minutos o cruzamento das avenidas Rebouças e Brigadeiro
Faria Lima.
Na Escola Estadual Professor Antônio Alves Cruz, no Sumaré,
os alunos pularam a cerca e abriram um portão lateral. Os participantes do
protesto ocuparam um pátio lateral onde gritaram palavras de ordem e
interagiram com os estudantes que estavam em aula.
“No ano passado, a gente lutou contra o fechamento das
escolas e o [governador Geraldo] Alckmin disse que não ia fechar nenhuma
escola. Mas nós começamos o ano com várias salas fechadas, várias salas
superlotadas”, reclamou o estudante Cauê Borges, de 17 anos.
No ano passado, o processo de reorganização escolar, que
previa o fechamento de 93 escolas e afetaria 311 mil alunos, foi suspenso. A
decisão de interromper o programa veio após uma série de protestos e a ocupação
de 200 estabelecimentos de ensino pelos estudantes.
Desvios na Merenda
Os problemas com a merenda também foram objeto do protesto.
“Muitas escolas estão só com merenda seca: bolacha e suco. Não dá para estudar
desse jeito”, enfatizou Cauê.
A Operação Alba Branca, do Ministério Público Estadual (MP),
investiga os desvios na compra de alimentos para alimentação de alunos da rede
paulista de ensino. Nos depoimentos colhidos na ação policial foram citados
agentes públicos como o presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo,
Fernando Capez (PSDB), o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo
estadual, Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita, e o atual secretário
de Logística e Transporte, Duarte Nogueira Júnior, que já foi secretário de
Agricultura.
De acordo com o MP, a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar
(Coaf) liderava um esquema de pagamento de propina. A cooperativa mantinha
contratos com diversas prefeituras, com valores superiores a R$ 1 milhão, e um
contrato com o governo estadual. A empresa também é investigada por fraudar a
modalidade de compra “chamada pública”, pois ela pressupõe a aquisição de
produtos de pequenos produtores agrícolas. A cooperativa, por sua vez, segundo
o Ministério Público, adquiria mercadorias também de grandes produtores e na
central de abastecimento do estado.
Via Brasil de Fato
Nenhum comentário:
Postar um comentário