“O silêncio das testemunhas está atrapalhando as
investigações. Necessitamos da colaboração para chegar até as pessoas que
participaram do homicídio”, disse o delegado.
Várias pessoas foram ouvidas sobre a morte do caminhoneiro
assassinado no último dia 23 após ser acusado de abusar sexualmente de uma
menina de seis anos. Por enquanto nenhuma delas divulgou o nome de alguém que
possa ser indiciado pelo linchamento.
O delegado Clóvis Papa explicou que durante os depoimentos
ficou claro que dezenas de pessoas estavam no local do crime, porém, até o
momento nenhum nome foi formalmente denunciado.
“O silêncio das testemunhas está atrapalhando as
investigações. Necessitamos da colaboração para chegar até as pessoas que
participaram do homicídio”, disse o delegado.
Papa afirmou que as pessoas envolvidas na agressão ao
caminhoneiro serão indiciadas por homicídio qualificado. As penas serão
individualizadas de acordo com a participação e poderão ser de 12 a 30 anos de
prisão.
RELEMBRE - O caminhoneiro era tio-avô da menina. Os
agressores se revoltaram porque ouviram boatos que ele teria sido flagrado
dentro da cabine de seu caminhão com a menina de seis anos e o irmão de três
anos.
Na ocasião circulou um segundo vídeo nas redes sociais em
que mostrava o caminhoneiro já agredido. Ele agonizava no chão junto a uma poça
de sangue. O vídeo não mostra ninguém agredindo o caminhoneiro e a impressão é
que as pessoas esperam o socorro médico.
A polícia chegou até o local onde a vítima foi agredida
depois de receber um telefonema anônimo pedindo socorro. Uma equipe de
socorristas levou o ferido até o Hospital Municipal e em seguida aconteceu a
transferência para a Santa Casa de Paranavaí. Ele morreu um dia depois da
agressão.
O exame de necropsia realizado no IML de Paranavaí apontou
traumatismo craniano como a causa da morte. O caminhoneiro não possuía
passagens policiais.
Dias depois da morte o laudo do exame de corpo e delito
realizado pelo Instituto Médico Legal (IML) de Paranavaí não apontou para
nenhuma lesão física na menina de seis anos, porém, não foi totalmente
descartado o abuso sexual.
Isso só será possível depois que sair o laudo emitido pela
psicóloga que atendeu a criança. De qualquer forma, a acusação de abuso sexual
foi arquivada porque o motorista morreu.
Via - Diário do Noroeste
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