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sábado, 29 de outubro de 2016

Belchior 70 Anos - Galos, noites e quintais

Quando dei por gente a primeira vez, num sertão distante no tempo, profundo na geografia do país, já havia um tempo negro entre nós, e a força já fazia conosco o mal que a força sempre faz.


Joan Edesson de Oliveira*

Quando meus ouvidos de menino magro e triste nasceram para a música a primeira vez, fazia um tempo que era de sussurros, de meias-palavras, de coisas não ditas, de pessoas que se iam para não mais voltar. O que me chegava pelo rádio, naquele lugar tão longe, falava de coisas que eu ainda não entendia direito, de coisas que eu ainda aprenderia, num longo caminho que mal começara.

Havia um sujeito de bigodes enormes que encantava, que parecia falar com a gente, diretamente, sem intermediários. O menino que eu era fantasiava aquele sujeito cuja música me tocava tanto, embora falasse de coisas tão distantes de mim. Eu não tinha identidade real com aquela música. Havia um engenho, é verdade. Mas nele, o que me encantava mesmo, muito mais que a doçura espalhada no ar, eram as engrenagens da moenda. Era um engenho velho, ainda puxado a bois, e aquelas engrenagens eram um enorme brinquedo. Fascinavam-me aqueles movimentos, fascinavam-me aqueles tachos enormes, fumegantes. Mas eram tristes, muito tristes, aqueles pobres bois e aqueles homens pobres e cansados, aos meus olhos magros nos quais a miopia começava a erguer sua morada.

Eu não era alegre, nunca fui. Era pequeno e medroso, e corria de bichos e de rios. Era um menino construído em ossos e tristeza, em magreza e solidão. E já tinha, desde aquela época, a mesma lágrima verde que teima em habitar em mim, o mesmo olhar pronto a se derramar pelas dores daqueles que eu nunca vi.

Com tanta falta de identidade, aquele homem sério de bigodes enormes cantava para mim, com a voz saída de dentro daquela maravilhosa caixa, que meu pai guardava com zelo de avarento, num lugar de honra na sala da casa, a parecer mais um objeto sagrado em mesa de altar, com toalhinha branca como forro, com uma capa cuidadosamente bordada a lhe proteger da poeira e dos olhares invejosos. Naquele rádio, o menino triste que eu sempre fui ouviu falar naquele homem de nome tão comprido e volumoso quanto o seu assustador bigode. O locutor anunciou, pausadamente, aqueles seis nomes, para resumi-los depois a um único, do qual jamais esqueceria. Naquele rádio, o mesmo locutor anunciou aquela música, que não tinha nada a ver comigo, mas que era como se tivesse sido feita para mim. No caminho de lá até aqui aprendi que a vida é cheia de contradições, e que aquela talvez fosse apenas a mais simples delas.

A vida, entre acasos e determinações, carregou-me de um lado a outro dos sertões cearenses. Daquele lugar perdido nos confins do Ceará, sem nome no mapa, filho órfão do trem que se foi sem olhar para trás, palmilhei légua por légua do sertão e cruzei, entre outros miúdos e sem nome, o Jaguaribe, o Banabuiú e o Acaraú, até arranchar-me cansado e perdido na margem esquerda deste último. Deixei o lugar seco e ossudo em que vivi, equidistante entre a temporária valentia do velho rio das onças e a verdura melancólica da chapada do Araripe. Vim para este outro lugar, entre um rio que vez por outra se rebela e lambe ruas com labaredas de água, carregando consigo gentes e casas pobres, e uma serra que me acena todos os dias pela manhã, fêmea voluptuosa a me convidar, incansavelmente, a dormir consigo.

O menino triste e magro, que já carregava um olhar lacrimoso e míope, veio ser aqui um homem sério e triste, com o mesmo olhar verde aquoso escondido por trás das lentes dos óculos, inseparável companheiro. Mas foi aqui que compreendi melhor o homem de nome comprido e suas canções. Compreendi que eu também fora, contraditoriamente, um menino alegre feito um rio. É que alegria não pode ser estado permanente. É transitório que se alterna, que vai e que volta, mas que no fim do dia sempre desequilibra o prato da balança em desfavor da tristeza. Feito o homem de bigodes que cantava, também fiz o meu caminho, fileiras de milho verde ondeando, quando havia chuvas e milharais.

O tempo negro havia sido espantado, e ingenuamente julgamos que era para sempre. Voltamos a cantar, a cantar muito mais, julgando que éramos felizes e que não éramos mudos, que éramos donos da nossa própria voz e do nosso próprio destino, que faríamos nós mesmos o nosso caminho.

Aqui, nessa cidade encravada entre uma serra e um rio, encontrei muitas vezes o seu filho cantor de canções que me tocavam, desde que dei por gente a primeira vez, num lugar e num tempo cada vez mais distantes. Aqui vi, embevecido, o homem de bigodes a cantar ou simplesmente a conversar, mansa voz por trás de olhos que se apertavam, curiosos e inquiridores das coisas do mundo.

Mas agora, que um tempo negro ameaça voltar, que a força tenta, novamente, fazer o mal que a força sempre faz, não vejo mais aquele homem de bigodes grossos, de nome comprido de fazer cansar a palavra da gente. Exilado, quem sabe, em si mesmo; perdido em caminhos que desconhecemos, quem sabe. Ou, talvez, o homem tenha voltado em busca do menino que foi, e esteja por aí a procurar por galos, noites e quintais. Talvez esteja à cata de novas canções, de novos versos.

Não sei desse homem, por onde ele anda, se sente a mesma e desesperadora angústia de um goleiro na terrível hora do gol. Sei que gostaria de abraçá-lo, de dizer muito obrigado por tantas canções belíssimas. De dizer muito obrigado por essa, em especial, que ele compôs para mim, mesmo que não o saiba. Gostaria de dizer a ele que essa canção foi que me trouxe até aqui, e é que me faz, olhando o tempo negro que se avizinha, cantar muito mais, para conjurar de volta o tempo da alegria e da felicidade.

Não sei se sou feliz ou não mas, com certeza, não sou mudo. Por isso, é que hoje canto muito mais.

Assista a Chico Anísio cantando Galos, Noites e Quintais em homenagem a Belchior:


*Joan Edesson de Oliveira é educador, Mestre em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará. O artigo foi publicado originalmente no livro Para Belchior Com Amor.

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