Na semana passada, com a prisão de Cunha, era apenas um
boato que se esgueirava nas redes sociais. Hoje, na Folha, a insustentabilidade de Michel Temer na
Presidência ganha as páginas de jornal, na coluna de Monica Bergamo, na Folha:
A possibilidade de o governo de Michel Temer (PMDB-SP) não
conseguir atravessar a turbulência da delação premiada da empreiteira Odebrecht
passou a ser considerada e discutida entre lideranças de partidos diversos como
o PSDB e o PT.
Alternativas a Temer passaram a ser aventadas e até nomes
que poderiam ser eleitos pelo Congresso Nacional, num pleito indireto, em 2017,
são citados.
Entre eles está o de Fernando Henrique Cardoso e até o de
Nelson Jobim, ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal).
Jobim, que foi ministro dos governos FHC, Lula e Dilma,
teria a vantagem de circular por todos os principais partidos, conseguindo um
mínimo consenso em caso de crise extrema. E um problema: ele foi contratado
pela Odebrecht e atuou como consultor da empresa quando ela começou a ser
investigada na Operação Lava Jato.
A fumaça, todos sabem, precede o fogo.
Se isso circula no meio político, mais bem informado que nós,
meros mortais, principalmente num momento em que os órgãos policiais e
judiciais passaram a fazer política militante, tem lá suas razões ou, ao menos,
vertentes no que Cunha tem a dizer sobre seu seu antigo grande amigo, para o
qual arquitetou a chegada ao governo da República.
Naquele neologismo de Cunha, Temer é o grande “usufrutário”
de sua ação criminosa.
A segunda questão é que o simples mencionar de uma eleição
direta e, pior, com a menção à uma eventual “eleição” de Fernando Henrique
Cardoso (que a esta altura deve ter uma mosca azul do tamanho de um 747 pousada na cabeça),
feita por um Congresso que está mergulhado até a medula em maracutaias e
negociatas mostra que a solução constitucional vai representar a escolha de um
governo de absoluta ilegitimidade diante
do povo brasileiro.
E não se governa mais um país de 200 milhões de habitantes,
no século 21, na era da internet e a hegemonia da mídia sem legitimidade.
Via - Tijolaço
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