“Não é admissível aqui, fora dos autos, que qualquer juiz
seja diminuído ou desmoralizado. Como eu disse, onde um juiz for destratado, eu
também sou. Qualquer um de nós juízes é.
A reação da Presidente do STF hoje, dizendo publicamente que
“todas as vezes que um juiz é agredido, eu, e cada um de nós juízes é agredido”
em resposta ao Presidente do Senado, Renan Calheiros, é daquelas que tornam difícil imaginar sequer
um aperto de mão protocolar entre duas autoridades da República.
Disse Carmem Lúcia:
“Não é admissível aqui, fora dos autos, que qualquer juiz
seja diminuído ou desmoralizado. Como eu disse, onde um juiz for destratado, eu
também sou. Qualquer um de nós juízes é.
Se o argumento é válido, também o presidente do Senado
poderia usar cada vez que um senador da república for criticado.
Renan não agrediu o STF, ao contrário. Disse que só o
Supremo poderia ter tomado a iniciativa que tomou um juiz de primeira
instância.
À parte os conceitos nada meritórios que se possa ter sobre
ele e sobre os senadores, ainda não constar terem sido abolidos os níveis
jurisdicionais que tornam o Senado alvo de ações exclusivamente vindas da
Suprema Corte, não do juiz da esquina.
Mas a corporação judicial já tomou faz tempo o freio nos
dentes e encontra no STF ou alinhamento automático ou silêncio temeroso.
O único que reage, Gilmar Mendes, também tem outro alvo na
mira: a Justiça do Trabalho, que teima
em não aceitar que o negociado prevaleça sobre o legislado, o que prejudica os
trabalhadores e é o sonho da reforma trabalhista de Temer e da Fiesp.
Ninguém é santo: nem juiz, nem senador, nem promotor.
Mas todos têm o dever de respeitar a lei e não transformar o
debate institucional no pugilato que está instalado e que, pelo tom das
bravatas, não vai parar.
E terminar onde todo mundo sabe que isso termina.
Via - Tijolaço
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