Levantamento realizado pelo 247 aponta que 15 dos 24
ministros do governo Michel Temer são investigados pela Justiça ou tiveram o
nome citado na Operação Lava Jato.
Não fazem parte deste levantamento os
ex-ministros do Planejamento e do Turismo Romero Jucá e Henrique Eduardo Alves,
por já terem deixado o governo após escândalos, e o secretário do Programa de
Parceria de Investimentos, Moreira Franco, por não ter status de ministro.
Todos do PMDB e alvo de investigações.
Ministros palacianos - o ministro da Casa Civil, Eliseu
Padilha, é réu em uma ação civil de improbidade administrativa na qual é
acusado de ordenar o pagamento superfaturado de R$ 2 milhões a uma empresa,
quando foi ministro dos Transportes do governo Fernando Henrique Cardoso
(1997-2001). Na ação, ajuizada em 2003 pelo Ministério Público Federal e aceita
em 2013 pela 6ª Vara Federal do DF, Padilha é apontado como "lobista"
que usou do seu cargo para atender a "pleitos políticos para pagamentos
absolutamente ilícitos e ainda por cima superfaturados".
Outro ministro palaciano, o secretário de governo, Geddel
Vieira Lima, é investigado pela Operação Lava Jato. Mensagens apreendidas pela
força-tarefa de Curitiba sugerem que ele usou sua influência para atuar em
favor dos interesses da construtora OAS.
O secretário do Programa de Parceria de Investimentos,
Moreira Franco, que também despacha do Palácio do Planalto, é acusado pelo
executivo Claudio Melo Filho, ligado à Odebrecht, de ter recebido R$ 3 milhões
em propina em 2014. Em troca, Moreira Franco teria enterrado o projeto para
construção de um terceiro aeroporto internacional de São Paulo, no município de
Caieiras, próximo a Guarulhos.
Outros ministros – Executivos da Odebrecht afirmaram aos
investigadores da Lava Jato que a campanha do hoje ministro das Relações
Exteriores, José Serra (PSDB-SP), à Presidência da República, em 2010, recebeu
R$ 23 milhões da empreiteira via caixa dois. Corrigido pela inflação do
período, o valor atualmente equivale a R$ 34,5 milhões. O tucano também foi
alvo de investigação no caso do cartel de trens em São Paulo.
Serra é investigado, ainda, por prática de improbidade
administrativa durante a gestão como prefeito em São Paulo. A investigação
envolve irregularidades como aumento salarial de professores em desacordo com
lei orgânica municipal.
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações,
Gilberto Kassab, é investigado no mesmo processo de improbidade administrativa
de Serra. Kassab também é investigado por suspeita de envolvimento no esquema
de fraude na licitação da empresa Controlar.
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, é investigado pelo
Ministério Público no inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal para apurar
indícios da prática do crime de lavagem de dinheiro. O inquérito do STF foi
aberto em 31 de março de 2014 e tramita em segredo de Justiça.
Sarney Filho, ministro do Meio Ambiente, é investigado pelo
Ministério Público por usar passagens áreas para voar ao exterior com a mulher
e o filho. Além disso, Sarney Filho foi atingido pela Lei da Ficha Limpa, mas
conseguiu driblar a Justiça e se candidatar à Câmara dos Deputados. Também foi
condenado, pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, a pagamento de multa
por prática de conduta vedada.
Helder Barbalho, ministro da Integração Nacional, responde
por improbidade administrativa perante a 5ª Vara Federal do Pará. Uma
investigação iniciada no Departamento Nacional de Auditoria do SUS constatou a
irregularidade na aplicação de recursos do Ministério da Saúde em Ananindeua
entre janeiro de 2004 e junho de 2007. Barbalho foi prefeito do município a
partir de 2005.
De acordo com o processo, foram destinados ao município R$
94,8 milhões para financiar programas de saúde. Não ficou comprovado o gasto de
R$ 2,7 milhões nas duas gestões. Houve também fraudes e irregularidades em
licitações. O Ministério Público chegou a pedir a indisponibilidade dos bens
dos investigados, mas a Justiça negou em junho de 2012. O fundamento foi o de
que ainda não havia sido apurado o valor do dano causado por cada um dos
suspeitos.
O ministro dos Esportes, Leonardo Picciani, é alvo de
representação do Ministério Público Eleitoral por suposta captação e gastos
ilícitos na campanha de 2014.
Saúde – O ministro da Saúde, Ricardo Barros, quando prefeito
em 1990, foi condenado na 4ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do estado pela
juíza Astrid Maranhão de Carvalho Ruthes, por fraude na venda de coletores e
compactadores de lixo que não serviam mais para a prefeitura e seriam vendidos.
Via - Brasil 247
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