As reuniões do Fórum Nacional de Desenvolvimento Produtivo
se resumem a discussões vagas, sem posicionamentos ou ações concretas da parte
do governo Temer para resolver a crise que assola o Brasil. Matéria publicada
nesta terça-feira (25) no portal da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do
Brasil (CTB) resume desta forma o Fórum que reune trabalhadores e empregadores,
além de representantes do governo Temer.
O governo não parece preocupado em resolver o problema do
desemprego que aumenta a cada dia. Ao contrário, prioriza a sua agenda de
ajustes tentando, a todo custo, aprovar projetos que retiram direitos e
desmontam o Estado, a exemplo da Proposta de Emenda Constitucional 241 (projeto
que estipula um teto para gastos públicos, reduzindo investimentos em áreas
como Saúde e Educação), que pode ser votada em segundo turno, ainda nesta
terça-feira (25), pela Câmara dos Deputados.
Privatização dos portos
Representando a CTB, o dirigente Mário Teixeira relatou a
situação dos portos brasileiros e, em nome da central, encaminhou um documento
cobrando e propondo soluções. A proposta foi encaminhada ao Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), que
distribuirá a todas as centrais e entidades que integram o colegiado. Além do
Dieese, participa do Fórum o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
“Estamos propondo, entre outras coisas, a retomada do fórum
que trata da qualificação profissional dos portuários, que foi congelado com
esse novo governo; uma solução para o problema das alterações das poligonais
dos portos, que, em outras palavras, é uma investida do governo e empresários
para uma nova forma de privatização de portos; mostramos o descontentamento do
setor com relação à extinção da Secretaria de Portos, com status de ministério,
pedindo o seu retorno”, pontuou Teixeira, que também preside a Federação
Nacional dos Trabalhadores Portuários (Fenccovib).
Política que gere emprego
Para Assis Melo, o outro representante da CTB no Fórum, a
comissão criada para discutir formas de retomar o desenvolvimento está tratando
a questão de maneira muito superficial.
“Na minha avaliação nós ainda estamos discutindo as questões
de uma forma muito periférica. Não temos ainda uma política de fortalecimento da
indústria do desenvolvimento, da geração de emprego. É preciso adequar melhor
isso, até mesmo a nível das próprias centrais. O que a gente vê, principalmente
por parte do governo, são apenas gestos que não caracterizam de fato uma
política que gere emprego de qualidade, desenvolvimento. Precisamos ter uma
visão de futuro e definir que tipo de desenvolvimento e economia nós vamos ter
no país. São questões importantes que temos que debater profundamente. É
preciso um investimento maior por parte do governo, que até agora não deixou
claro o que pretende”, ressaltou Assis.
Acordos de leniência
Nesta tarde, os representantes das entidades que compõem o
Fórum entregaram ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, um documento
pedindo que a Casa coloque em pauta, e em regime de urgência, o PL 3636/2015,
que trata dos Acordos de Leniência. O presidente prometeu empenho em atender ao
pedido do grupo.
“A gente espera realmente que esta questão seja tratada com
urgência - isso ajuda a destravar um setor importante da economia, que
infelizmente está paralisada e demitindo muitos trabalhadores. Temos que ter as
condições legais para que as grandes indústrias possam voltar à ativa, gerar
empregos e desenvolvimento para o País”, concluiu Melo.
Mais uma vez a reunião termina sob a indefinição. O próximo
encontro do Fórum será no dia 9 de novembro, às 14h.
Via - Portal Vermelho
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