A pedido da Lava Jato, a Polícia Federal analisou a evolução
patrimonial de Fábio Luis Lula da Silva, filho mais velho do ex-presidente
Lula, e concluiu que não há indícios de corrupção.
O conteúdo do relatório foi publicado pelo Estadão nesta
terça (25), em matéria sob o título "Lulinha teve rendimento de R$ 5,2
milhões em dez anos". Só no último parágrafo é que o jornal informa:
"O relatório da PF aponta que a evolução patrimonial de Lulinha, entre
2004 e 2014, é compatível com suas finanças."
O relatório foi encomendado pelo delegado Márcio Anselmo,
que investiga a família de Lula por causa do Sítio de Atibaia e do triplex no
Guarujá. Na visão da força-tarefa da Lava Jato, Lula é dono oculto da
propriedade localizada no interior paulista, que está em nome dos empresários
Jonas Suassuna e Fernando Bittar, sócios do filho de Lula.
O laudo apontou apenas uma "suspeita" em relação
às finanças de Lulinha: "(...) não obstante possuísse 50% das quotas da
G4, no ano de 2012, senhor Fábio recebeu 100% da distribuição de lucros, no
valor de R$ 750 mil.”
"Dos valores recebidos por Lulinha [total],
aproximadamente R$ 3,8 milhões (73%) foram oriundos da distribuição de lucros
da empresa G4 Entretenimento Tecnologia Ltda. A empresa pertence a ele (50%) e
aos irmãos Fernando Bittar e Kalil Bittar (25% cada), filhos do ex-prefeito de
Campinas (SP) Jacó Bittar – amigo de Lula desde a fundação da PT. "
Além disso, a PF acha atípico que a empresa de palestras de
Lula, a LILS, tenha repassado dividendos para a empresas dos filhos do
ex-presidente.
Essa semana, o GGN também mostrou que a PF também vasculhou
a vida financeira de outro filho de Lula, Luis Cláudio e, na comparação entre a
movimentação financeira e as fontes de recursos declaradas à Receita Federal,
entre 2011 e 2014, não houve identificação de traços de corrupção como os
alarmados pelo Ministério Público Federal, que creditam à família de Lula,
ainda, a posse do apartamento no Guarujá.
Ao responder sobre a compatibilidade entre a movimentação
financeira no período analisado e as fontes de recursos, o perito escreveu ao
delegado Anselmo: "Observando-se esses valores, é possível constatar que
movimentação financeira efetiva a crédito das contas bancárias de titularidade
de Luis Cláudio Lula da Silva, apresenta maior divergência nos anos de 2013 e
2014. Nos demais anos, e no acumulado do período, a movimentação financeira
exibe montantes próximos ao da fonte de recursos."
O perito explica a "divergência" detectada em
2013: "decorre em grande parte da diferença entre os valores transferidos
pela empresa LFT Marketing (R$ 318.939.20), aqueles declarados como rendimentos
(R$ 66.000,00), conforme comentado na subseção anterior."
No caso de 2014, "um dos motivos da divergência é a
inclusão como fonte de recursos do valor de R$ 111.808.38 (informações do
cônjuge), partir de dados constantes do Dossiê Integrado da Secretaria da
Receita Federal do Brasil. Contudo, não foi identificada movimentação bancária
que pudesse justificar tal entrada de recursos. Tendo em vista que não foram
localizadas as DIRPFs da Sra Fátima Rega Cassaro (cônjuge do investigado), não
foi possível efetuar cruzamento de dados."
Outro motivo para a divergência em relação a 2014 é que Luis
Cláudio não informou o valor da venda do veículo Hyundai I30, no valor original
de R$ 58.000.00, "cuja quantia foi considerada como fonte de recursos, mas
não consta a movimentação bancária correspondente."
Via - Jornal GGN
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