Um coordenador de campanha de um
candidato à Prefeitura de Cantagalo (interior do Paraná) foi morto a tiros na
tarde de quinta-feira (29).
Emílio Gervásio, 56, foi atingido por oito tiros de uma
pistola 9 mm, segundo a Polícia Civil, quando saía de uma reunião eleitoral,
por volta das 17h.
A Justiça Eleitoral decretou toque de recolher no município,
entre 22h e 5h, até o domingo das eleições.
"É uma medida drástica, sem dúvida. Mas não posso
arriscar a segurança da população", diz o juiz eleitoral Brian Frank.
"É uma ação preventiva. Para mim, os indícios [do crime] têm conotação
eleitoral. Mas cabe à polícia investigar".
No decreto, o juiz diz que o toque de recolher pretende
"evitar o acirramento dos ânimos dos candidatos, correligionários e
eleitores", e que leva em conta "o limitado contingente policial e a
obrigação do Poder Público de garantir a segurança da população".
O país vive uma onda de atentados contra candidatos a
prefeito e vereador. Desde junho, 45 deles foram alvos de ataques com tiros -28
morreram, sendo 15 em plena campanha. O Ministério da Defesa anunciou que
enviará um efetivo "acima da média" para as eleições.
ACIRRAMENTO - Em Cantagalo, cidade de 13 mil habitantes,
cinco candidatos disputam a prefeitura.
O coordenador que foi assassinado fazia campanha para Jair
Rocha (PR), que concorre ao cargo pela segunda vez. Seus principais adversários
são o atual prefeito, Everson Konjunski (PSDB), e Flademir Borelli (PPS), filho
do ex-prefeito Pedro Borelli (PSB).
"Nós estamos enlutados, em estado de choque. Mas vamos
aguardar a investigação, porque não sabemos quais os motivos", disse Rocha
à reportagem.
A Polícia Civil investiga o caso. Segundo o delegado Igor
Rabel Corso, a vítima havia sido alvo de um atentado semelhante no início do
ano, que também estava sob investigação.
Nas eleições passadas, em 2012, Cantagalo teve toque de
recolher um dia antes da votação, devido a ameaças relatadas informalmente por
candidatos.
Segundo o juiz eleitoral, há uma acirrada disputa entre
cabos eleitorais na região. Neste ano, foi preciso impedir carreatas
simultâneas num município vizinho devido a discussões entre adversários. (Com
Folhapress)
Via – Diário do Noroeste
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