É uma das ideias mais imbecis dos últimos anos na cena política. Tem a mesma quantidade de tolice da viagem que Kim Kataguiri empreendeu a Brasília para derrubar Dilma.
A diferença é que Kim é mirim, e Aécio já ultrapassou os 50,
embora faça força para parecer um garotão.
Merecidamente, Aécio foi barrado pelo governo venezuelano.
Cada país que cuide de seus problemas.
A direita brasileira é a segunda pior do mundo, no quesito
apego a mamatas e privilégios estatais. Só é batida pela direita venezuelana.
Desde que Chávez chegou ao poder – pelos votos – a direita
tenta derrubar a nova ordem que nada mais fez que incluir uma vasta porção de
venezuelanos relegados à miséria ao longo dos séculos.
Até um golpe foi dado. Durou pouco, e Chávez acabou
reconduzido pela reação do povo e de seus antigos companheiros militares.
Neste trabalho de sabotagem contra a inclusão social e
contra a democracia, a elite venezuelana tem o amparo permanente dos Estados
Unidos.
Era assim com Bush e continuou assim com Obama, de quem se
esperavam, em vão, mudanças.
Numa de suas grandes frases, Chávez disse que a diferença
entre Bush e Obama era a mesma que existe entre seis e meia dúzia.
Chávez governou para os pobres, e recebeu deles o
reconhecimento na forma de um amor irrestrito.
Ele cansou de ganhar eleições, pelo apoio popular. Mesmo
quando a oposição, tradicionalmente fragmentada, se uniu com Capriles Chávez,
sozinho, bateu os que queriam o retorno da velha ordem.
Doente, ele pediu que os venezuelanos votassem em Maduro
caso morresse. Já não era Chávez que enfrentaria a oposição reunida, mas um
semidesconhecido indicado por ele, Maduro.
E Maduro venceu, em eleições cuja lisura foi atestada por
Jimmy Carter e diversos outros insuspeitos observadores internacionais.
A oposição começou a tramar contra Maduro imediatamente. O
primeiro passo foi a acusação, disparatada e cínica, de fraude eleitoral.
E a sabotagem não parou mais.
Querem tirar Maduro? Que vençam nas urnas.
Mas não. A direita venezuelana, como a brasileira, quer
atalhos que prescindam de uma coisa chamada voto.
O 1% venezuelano não tem nada a mostrar. Governou por
séculos a Venezuela e construiu uma das sociedades mais iníquas do mundo.
Se você acha que a mídia brasileira é canalha, é porque não
viu a venezuelana. Até a mãe de Chávez era constantemente xingada nas redes de
tevê da Venezuela.
E é dentro desse quadro tão complicado, de boicote
sistemático da plutocracia contra a democracia, que Aécio acha que tem alguma
contribuição a dar aos venezuelanos.
É cômico e é trágico ao mesmo tempo.
Aécio, definitivamente, não se enxerga.
Vi, nas redes sociais, reações que contam muito sobre o
caso. Várias pessoas perguntaram quanto custaria a viagem aos cofres públicos.
Até o avião da FAB seria utilizado. Pagar passagens com o
próprio bolso não faz parte dos hábitos de Aécio.
Terminou em piada, claro.
O jornalista Pedro Alexandre Sanches, no Twitter, pediu a
Maduro que aceitasse Aécio na Venezuela.
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