Em greve há 45 dias, os professores da rede de ensino do Paraná decidem nesta terça (9) se voltam às aulas. O Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato) marcou assembleia para esta manhã a fim de avaliar a proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo. A greve atinge aproximadamente 1 milhão de alunos em todo o estado, matriculados em cerca de 2,1 mil escolas da rede.
Professores do Paraná em passeata. |
A categoria pede 8,17% de aumento na data-base, além da
garantia de que as faltas não serão descontadas na folha de pagamento. As duas
greves dos professores já consumiram 49 dias letivos, segundo o governo, desde
o início do ano. Pela Lei de Diretrizes e Bases, que regulamenta a educação no
Brasil, as escolas devem cumprir pelo menos 200 dias letivos. A Secretaria de
Educação diz que só vai montar um calendário para a reposição das aulas após o
fim da greve.
A segunda fase da greve dos professores paranaenses começou
em 25 de abril. Eles decidiram cruzar os braços, depois de o governo reenviar
projeto de lei à Assembleia Legislativa, propondo mudanças na Previdência dos
servidores estaduais. Os professores foram contra, argumentando que a medida
colocava em risco a sustentabilidade da Previdência estadual.
Para protestar contra as mudanças, os professores acamparam
no Centro Cívico, em Curitiba, onde fica a Assembleia e a sede do governo do
Paraná. No dia 29 de abril, os deputados estaduais decidiram votar o projeto.
Para dispersar os manifestantes que se reuniram em frente à Assembleia, a
Polícia Militar (PM) usou balas de borracha, bombas de efeito moral e de gás
lacrimogêneo e cães. A ação deixou mais de 200 pessoas feridas. O projeto de
lei foi aprovado e sancionado pelo governador Beto Richa menos de 24 horas após
o protesto.
Depois da operação da polícia, o secretário de Educação,
Fernando Xavier, envolvido na negociação com os professores, pediu demissão. O
secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, e o comandante-geral da
PM, coronel Cesar Vinicius Kogut, também pediram exoneração do cargo.
O Ministério Público do estado e o Ministério Público
Federal investigam se houve abuso dos policiais durante o protesto.
A primeira etapa da paralisação, de fevereiro para março,
ocorreu quando a Assembleia Legislativa do Paraná votaria um conjunto de
medidas propostas pelo governo estadual para reduzir despesas e gerar receitas.
Funcionários públicos estaduais ocuparam o plenário da Casa, até que o
Executivo retirou os projetos e se comprometeu a não apresentar qualquer medida
que suprimisse direitos dos servidores públicos. À época, os professores
ficaram 29 dias parados.
Fonte: Agência Brasil
Via Portal Vermelho
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