“Os resultados dos exames são provas incontestáveis. Agora
iremos trabalhar para definir a participação efetiva das pessoas envolvidas.
Não queremos cometer injustiça”, disse o delegado.
A Polícia Civil e a Polícia Científica atendeu a imprensa |
Marcelo de Oliveira Choti (Turcão), 33 anos, se negou a
prestar depoimento na tarde de anteontem para o delegado Carlos Henrique
Rossato Gomes. Apontado como assassino do casal André Fernandes de Freitas
Perez Silva (21 anos), e Gabriela Cerci Bernabe Ferreira, (25 anos), ele está
preso na Penitenciária Estadual de Maringá (PEM).
Informalmente assumiu que usou um revólver calibre 38 para
render os jovens, que foram encontrados mortos na tarde do dia 4 de abril em um
quarto de motel na BR-376 em Paranavaí.
Turcão já tinha sido ouvido duas vezes pela Polícia Civil e
negou estar no motel na noite do crime. Em uma ocasião foi solicitado para ele
ceder material para um exame genético (DNA) e o pedido foi negado.
O material foi colhido dias depois após o acusado usar um
copo descartável. A Polícia Científica confrontou o material colhido no corpo
de Gabriela com a saliva que estava no copo. O resultado foi que o material era
compatível, dando assim a certeza que Turcão foi a terceira pessoa no quarto
durante a madrugada do crime.
PERFIL - O depoimento do acusado será fundamental para
esclarecer de vez os fatos, já que várias perguntas permanecem sem respostas. A
polícia tenta elucidar se o assassino foi para o motel e entrou no quarto para
assaltar ou para cometer um crime sexual, com a situação fugindo do seu
controle.
Para o delegado Rossato Gomes o perfil do criminoso é de assaltante,
porém, não foi possível afirmar se algo foi roubado do local. Isso porque a
cena do crime foi totalmente alterada. Outro fato que chama a atenção é que o
carro da vítima e os telefones celulares não foram roubados.
Outro ponto que tem de ser esclarecido é a participação do
primeiro suspeito, ainda foragido. O acusado tem a prisão decretada e deu uma
declaração negando a autoria e colocou Turcão na cena do crime. O documento
desse suspeito, entregue à polícia, teve a assinatura reconhecida em cartório e
foi entregue por advogado.
No documento o primeiro suspeito confirma que estava no
motel. Diz que foi pernoitar naquele local porque tinha se desentendido com a
esposa e que deu carona para Turcão (que na época era foragido da penitenciária
de Maringá) para dormir dentro do carro.
O foragido nega que tivesse conhecimento das intenções ou
dos atos que Turcão faria no período que estivesse no motel. O fato de sua
versão ter levado até o assassino dá uma credibilidade parcial. Já o fato de
permanecer foragido dá descrédito para o argumento de inocência.
TRABALHO EM EQUIPE - Na manhã de ontem o diretor da Polícia
Científica do Paraná, Hemerson Bertassoni, esteve na Delegacia de Paranavaí e
entregou oficialmente para o delegado Luiz Carlos Mânica o laudo e os
documentos feitos em Curitiba.
Mânica ressaltou o trabalho em equipe realizado pela Polícia
Civil e pela Polícia Científica. “Os resultados dos exames são provas
incontestáveis. Agora iremos trabalhar para definir a participação efetiva das
pessoas envolvidas. Não queremos cometer injustiça”, disse o delegado.
Bertassoni informou que não é possível atestar como se
desenrolaram os fatos dentro do quarto, porém, foi taxativo em dizer que
através do material colhido é possível afirmar que não foi encontrado nada que
indique a presença de uma quarta pessoa na cena do crime.
FAMÍLIA DE GABRIELA - De acordo com o advogado Altino Carlos
Borges Rodrigues, a família de Gabriela ainda aguarda que todos os fatos sejam
esclarecidos. Os parentes da vítima questionam qual foi a participação do
segundo suspeito.
“A família está ansiosa e espera que a justiça seja feita.
Existem muitas perguntas ainda sem respostas. Eles querem saber como aconteceu,
qual era a intenção e o que motivou. Esse resultado do exame genético
esclareceu parcialmente os fatos”, disse Rodrigues.
Via – Diário do Noroeste
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