Uma má apuração de um blog de jornalistas demitidos da
revista Veja, acusando uma gráfica que prestou serviços à campanha de Dilma
2014 de ser "empresa fantasma", serviu de base a um novo pedido de
investigação contra a campanha.
O ministro Gilmar Mendes, integrante de Supremo Tribunal
Federal (STF) e também do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já havia tido um
pedido recusado pela Procuradoria-Geral da República por falta de consistência
na acusação.
Depois da notícia, Mendes voltou a acionar o
procurador-geral Rodrigo Janot para que reabrisse o caso.
A razão para o arquivamento anterior era simples: a VTPB
Serviços Gráficos e Mídia Exterior, no mesmo ano de 2014, prestou serviços
também à campanha de José Serra (PSDB) e de Aécio Neves (PSDB). Em 2012 foi
fornecedora de campanhas de vereadores do PSDB, PMDB e PSD. E antes ainda, em
2010 trabalhor para diversos candidatos e partidos.
Os fatos comprovam que jamais se tratou de uma "empresa
fantasma", e o ministro Gilmar Mendes parece ter apenas acreditado,
voluntariamente ou não, na "barrigada" (como é chamada a informação
errada no jargão jornalístico) dos blogueiros.
Mendes deveria ter pedido a seus técnicos do Tribunal
Superior Eleitoral uma simples consulta ao histórico da VTPB e suas relações
com muitos dos partidos políticos do país. Essa consulta é disponível e fácil a
qualquer internauta com mais de 8 anos de idade.
Segundo a "apuração" dos referidos blogueiros,
ignorando as prestações de contas de 2010 e 2012, a empresa, aberta em 2008,
teria atividade de "banca de jornais" até 25 de julho de 2014, quando
alterou seu contrato social para incluir – clara e transparente – serviços
gráficos em suas atividades.
Nas palavras dos influentes blogueiros, ao menos sobre a
formação da opinião do ministro Gilmar Mendes: "No dia 14 de agosto de
2014, apenas 19 dias depois da alteração do objeto social, a VTPB emitiu a
primeira nota para a campanha de Dilma Rousseff, no valor de 148 mil
reais".
Esquecerem de avisar ao ministro que cinco dias antes de
emitir a primeira nota fiscal para a campanha de Dilma, a mesma gráfica emitiu
uma nota de R$ 200 mil – no dia 7 de agosto de 2014 – para o Comitê Financeiro
para Senador da República PSDB-SP, cujo candidato foi José Serra. Outras 39
notas foram emitidas para a campanha de Serra.
Outras seis notas foram emitidas em setembro e outubro de
2014 para o Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República PSDB-BR,
cujo candidato foi Aécio Neves.
Se houve ou não irregularidades no fato de a empresa não
registrar explicitamente em suas atividades econômicas serviços gráficos antes
de 2014 é algo que pode ser questionado no âmbito regulatório empresarial, mas
não no âmbito eleitoral.
Antes dessa modificação no registro de atividades da
empresa, a campanha de José Serra a prefeito de São Paulo em 2012 usou os
serviços da gráfica. A VTPB emitiu 21 notas fiscais para o PSDB, sendo 20 delas
para o Comitê Financeiro para Vereador PSDB-São Paulo, e uma para o Comitê
Financeiro para prefeito PSDB-São Paulo.
Mas isso também os "jornalistas" esqueceram de
contar ao ministro Gilmar Mendes.
Via - Portal Vermelho
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