Matéria publicada pela Folha de S. Paulo nesta segunda-feira
(7), endossa a denúncia feita por diversos setores de que a Lava Jato tenta ser
a polícia política para servir aos interesses da direita conservadora. Isso
porque, segundo a publicação, integrantes do Ministério Público Federal de
Curitiba cogitam a possibilidade de abrir uma ação civil pública contra o
ex-presidente Lula por improbidade administrativa para impedir que ele
participe das eleições em 2018.
Durante pronunciamento à imprensa na sexta (4), logo após
ter sido conduzido coercitivamente para depor, Lula afirmou: “Antigamente você
tinha a denúncia de um crime, ia investigar se existia e prender o criminoso.
Hoje a primeira coisa que se faz é determinar quem é o criminoso”.
De fato, parece ser essa a conduta dos investigadores.
Segundo a Folha, os procuradores acreditam que “Lula pode ser acusado de
improbidade caso fique comprovado que empreiteiras envolvidas no esquema de
corrupção na Petrobras pagaram custos de obras do sítio frequentado por ele em
Atibaia (SP) no final de 2010, quando ainda era presidente, para beneficiá-lo
ilegalmente”. Ou seja, escolhe quem é o criminoso e depois aponta o crime.
Os procuradores insistem em manter essa suspeita mesmo
depois que o empresário Fernando Bittar, proprietário do sítio em Atibaia (SP)
frequentado por Lula e sua família, apresentar os comprovantes de pagamento das
obras feitas pela Construtora Rodrigues do Prado, que não é investigada pela
Lava Jato.
O advogado da empresa, José Pedro Said Junior, nega que o
pagamento do trabalho tenha sido feito pela Odebrecht e afirma que a
participação da empreiteira limitou-se a um pedido de orçamento feito pelo seu
engenheiro Frederico Barbosa. Como o valor foi superior aos demais, a empresa
foi descartada.
Segundo o advogado, foi um representante de Bittar o
executor dos pagamentos relativos à obra. “Inclusive, a nota [fiscal] foi
emitida em nome Fernando Bittar”, disse Said Junior.
Apesar disso, os procuradores e a grande mídia insistem na
tese de irregularidades e afirmam que, em depoimento, uma ex-proprietária de um
pequeno depósito de construção em Atibaia ouviu dizer que a obra foi feita pela
Odebrecht.
Lula salientou que o fundamento dessas ações está longe de
uma investigação para apurar possíveis ilícitos, pois, segundo ele, a principal
motivação dessas operações é o inconformismo com a vitória da presidenta Dilma
Rousseff em 2014.
“Deixei a Presidência e achei que tinha cumprido com a minha
tarefa. Ao eleger a Dilma achei que tinha consagrado minha tarefa. Mas desde o
dia 26 de outubro de 2014 não permitem que a Dilma governe esse país”, frisou.
“Eu sou um homem que acredito em instituições de Estado
forte. Estado forte é a garantia do estado democrático. E desde a Constituinte
briguei para ter um Ministério Público forte. Mas é importante que os
procuradores saibam que uma instituição forte tem que ter pessoas
responsáveis”, acrescentou.
Via Portal Vermelho
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