O Ibope Inteligência publicou na semana passada os
resultados de uma pesquisa que comprovam o poder destrutivo da mídia nativa. O
instituto sondou a percepção dos brasileiros sobre a realidade do país. Quase a
metade dos entrevistados afirmou estar pessimista com o futuro. O interessante
é que a maioria demonstrou profundo desconhecimento sobre a economia, o que
levou o insuspeito Ibope a concluir: “Os veículos de comunicação podem ter
culpa no sentimento de pessimismo dos brasileiros: 41% acham que a imprensa
mostra uma situação econômica mais negativa do que o próprio entrevistado
percebe no seu dia a dia, contra 28% que discordam dessa posição”.
Segundo matéria postada no site do instituto na sexta-feira
(29), 48% dos sondados “dizem que estão pessimistas com o futuro do Brasil. Os
otimistas somam 21%, enquanto 28% não estão nem otimistas nem pessimistas e 2%
não sabem ou preferem não responder. Os entrevistados também foram questionados
quanto às áreas nas quais o país tem os maiores problemas. A saúde aparece em
primeiro lugar, quando somadas às três principais menções dos entrevistados,
com 61% das citações. Na sequência estão segurança/violência (37%), drogas
(35%), educação (34%) e combate à corrupção (27%)”. Até ai nada de anormal.
Afinal, o Brasil não é mesmo um paraíso e padece de inúmeros e crônicos
problemas.
O interessante é quando o Ibope pergunta sobre desemprego ou
inflação. Demonstrando total desinformação, “boa parte dos brasileiros (43%)
acha que a inflação atual é maior do que era no governo de Fernando Henrique
Cardoso, contra apenas 22% que pensam o contrário. No fim de 2002, último ano
de FHC na presidência, o IPCA foi de 12,5% [bem superior ao do governo Dilma].
A maioria dos brasileiros também desconhece a atual taxa de desemprego do país,
que foi de 6,4% em abril”. No triste reinado dos tucanos, o desemprego bateu
recordes, beirando os 20% da População Economicamente Ativa. Daí a conclusão do
Ibope de que a mídia “pode ter culpa no sentimento de pessimismo dos
brasileiros”. Pode?
No governo neoliberal de FHC, jornalões, revistonas e
emissoras de rádio e tevê bajularam a política econômica rentista e
justificaram os altos índices de desemprego, a regressão trabalhista e o
congelamento dos salários. Já nos governos Lula e Dilma, as manchetes sempre
são terroristas. Os urubólogos de plantão – alguns deles com notórias ligações
com os abutres do capital financeiro – só realçam os aspectos negativos e
escondem os avanços na geração de emprego e renda e nas políticas sociais nos
últimos 12 anos. Esta onda terrorista amplia o pessimismo na sociedade e afeta
o próprio crescimento da economia. Ela atinge inclusive as empresas de
comunicação, que perdem anunciantes e demitem jornalistas.
A opção pelo terrorismo econômico é política – em detrimento
dos próprios negócios empresariais. Como observou o jornalista Florestan
Fernandes Júnior, em postagem em sua página no Facebook nesta segunda-feira
(1), esta linha editorial chega a ser suicida. Vale conferir seu texto:
*****
Segundo o Ibope: 41% dos brasileiros acham que imprensa
mostra uma situação econômica mais negativa do que a realidade. Pra não entrar
na TPN (tensão pré-noticia) agora sou seletivo no que vejo, leio e escuto.
Revistas e jornais, dou uma folhada rápida, rádios só de música, telejornais o
Repórter Brasil, o do Heródoto Barbeiro na Record News e às vezes o Jornal da
Record. Passeio o dia inteiro pelos portais rindo das manipulações grotescas de
alguns deles.
Nossa imprensa faz tempo abriu mão do bom jornalismo, de
maneira geral virou panfletária e presta um desserviço para a Nação. A boa
informação é um direito do cidadão em qualquer país civilizado do planeta,
menos aqui. Os senhores da comunicação estão atirando no próprio pé, o
pessimismo alardeado por eles levou a um corte nas campanhas publicitarias.
Resultado: demissões em massa nas redações, empresas de comunicação fechando ou
sendo vendida para igrejas evangélicas. Minha dúvida é saber quem vai acabar
primeiro: a indústria da comunicação ou o partido que eles tanto odeiam
Via Blog do Miro
Via Blog do Miro
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