A Grã Bretanha disse que a Europa deve considerar um boicote às futuras Copas do Mundo, caso Sepp Blatter não renuncie como líder do órgão máximo do futebol após o escândalo de corrupção na entidade; a Inglaterra disputou com a Rússia para sediar a Copa de 2018 e foi derrotada de forma humilhante: recebeu apenas três votos.
LONDRES/ZURIQUE (Reuters) - A Grã Bretanha disse que a
Europa deve considerar um boicote às futuras Copas do Mundo, caso Sepp Blatter
não renuncie como líder do órgão máximo do futebol após o escândalo de
corrupção na entidade, enquanto as autoridades suíças negaram que pretendem
interrogar o recém-reeleito presidente da Fifa.
O suíço chefe da Fifa se queixou neste domingo que não
recebeu nenhuma demonstração de respeito nos últimos dias, revelando como havia
rejeitado conselhos de um dos seus principais críticos, o presidente da
administração de futebol europeu, para renunciar durante a reunião da Fifa da
semana passada.
John Whittingdale, ministro do governo britânico com
responsabilidade global sobre os esportes, renovou apelos para que Blatter
renunciasse no domingo, dizendo que todas as opções devem ser consideradas para
pressioná-lo a renunciar, inclusive um boicote à Copa do Mundo, algo que poderá
dividir o esporte e ser calamitoso para o torneio.
Blatter, de 79 anos, ganhou uma eleição na sexta-feira para
cumprir seu quinto mandato como presidente da Fifa, embora o Departamento de
Justiça dos EUA tenha acusado nove autoridades do futebol por corrupção, e as
autoridades suíças estejam fazendo sua própria investigação criminal.
Ele minimizou o impacto do escândalo em um dos órgãos
esportivos mais poderosos do mundo, que recebe bilhões de dólares em receita
através de patrocínios e direitos de comercialização para a TV.
Blatter não está sendo acusado pessoalmente de ter cometido
qualquer delito e sugeriu que os EUA escolheram este momento para fazer as
acusações para tentar sabotar sua reeleição.
Perguntado sobre como havia lidado com as críticas nos
últimos dias, ele disse ao jornal suíço, Sonntagsblick: "Deixe-me colocar
isso dessa forma: Eles não demonstraram o menor respeito por mim."
O jornal britânico Sunday Times relatou que os promotores
suíços pretendem interrogar Blatter, que conduz a instituição há quase 20 anos,
como parte de uma investigação criminal sobre os votos para a escolha das Copas
do Mundo na Rússia em 2018 e no Catar em 2022.
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