Em decisão tomada nesta terça-feira, o ministro Teori
Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido para adiar o
julgamento da denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República contra o
presidente da Câmara Federal, o correntista suíço Eduardo Cunha.
Via – Blog do Miro
Com isto, está mantida a sessão - que pode dar início ao
processo de cassação do lobista - para esta quarta-feira (2). Ao justificar o
seu voto, o ministro alegou que "o inquérito tramita há aproximadamente um
ano" e que o STF recebeu "atento e constante acompanhamento dos
competentes representantes do acusado signatários das petições". Em outras
palavras, ele simplesmente abortou a manobra ardilosa de Eduardo Cunha.
De acordo com a denúncia do PGR, o presidente da Câmara
recebeu US$ 5 milhões em propina para viabilizar a contratação de dois
navios-sonda do estaleiro Samsung em 2006 e 2007. A negociata foi feita sem
licitação e ocorreu por intermediação do empresário Fernando Soares e do
ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Em outra acusação, Rodrigo Janot afirma
que Eduardo Cunha pediu, em 2011, à ex-deputada e atual prefeita de Rio Bonito
(RJ), Solange Almeida a apresentação de requerimentos à Comissão de Fiscalização
e Controle para pressionar o estaleiro, que teria parado de pagar as parcelas
da propina. As denúncias são consistentes e colocam o lobista à beira da forca!
Um dia antes, na segunda-feira (29), o correntista suíço já
havia sido derrotado em outra manobra. O ministro Luís Roberto Barroso, do STF,
negou seu pedido para inviabilizar a permanência no cargo do presidente do
Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA). A defesa do lobista argumentou
que o deputado antecipou a sua posição sobre o processo de cassação do
presidente da Câmara, mas o chororô não foi levado em conta. "O
procedimento destinado a apurar a ocorrência ou não de quebra de decoro
parlamentar, para fins de cassação de mandato, tem natureza eminentemente
política, não podendo ser equiparado a um processo judicial ou administrativo
comum", rebateu o ministro.
Com a rejeição destas duas manobras, Eduardo Cunha deve
perder sua pose de valentão. Nos últimos dias, ele andava bem animado com a
retomada da ofensiva da oposição golpista pelo impeachment de Dilma - com base
na prisão cinematográfica do publicitário João Santana. Ele apostava nesta
tática diversionista para fugir dos holofotes da mídia e para garantir maior
fôlego. Na maior caradura, ele chegou a fazer piadas sobre a possibilidade de
Dilma cair antes dele. Agora, porém, ele perdeu o seu sorriso no rosto. Se a
acusação da PGR for acolhida pelo STF, será aberta uma ação penal e Eduardo
Cunha passa a responder, na condição de réu, às acusações de corrupção e
lavagem de dinheiro.
Apesar da generosidade da mídia oposicionista - que poupa o
correntista suíço para concentrar a sua artilharia contra Dilma e Lula -, a
situação do lobista é dramática. Pesquisa Datafolha divulgada nesta
segunda-feira (29) apontou que 76% dos eleitores defendem a sua imediata saída
da presidência da Câmara Federal. O número é 11 pontos superior ao apurado na
pesquisa anterior, de dezembro. Já 78% são favoráveis a cassação do seu mandato
de deputado. Na avaliação de Alessandro Janoni, diretor de pesquisas do
instituto, Eduardo Cunha virou um "cadáver insepulto" - para a
tristeza da mídia golpista e dos fascistas mirins que o elegeram como herói do
impeachment de Dilma.
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